Vivo um tempo de espera que me desespera o sorriso
Pelo caminho encontro silêncios de vontades
Promíscuas as palavras encetam fugas para o abismo
Onde rastejam araras palradoras e sem sentir
Tentando golpear malabarismos deprimentes
Está na hora da festa acabar apesar de risos
Saem profícuas sentinelas das cavernas fundas
Astutas na memória esquecida
Fosco é o brilho deste amor que vivo
Primaveras sem fim que provocam desejos
Num imenso raiar da volúpia incontida
Decepada pelo desprezo da presença atempada.
domingo, 13 de junho de 2010
O abismo
Eu sei que por vezes sou o frio de braços abertos para a vontade de acontecer.
De vez em quando, caminho na noite solitária, acompanhada de coisa alguma. Talvez por isso aqueça os pés no teu regaço.
Sei que o futuro se prepara no presente guardado a sete chaves e mais uma, para a questão. Embora cansada, vejo necessidade de sorrir e de comer tolerância ao jantar. Não são muitos os anos e as desculpas custam a pedir, mas mesmo rindo, marquei pontos na tristeza.
Ontem, vi um alguidar cheio de fruta e logo pensei na vitória dos meninos a cantar os reis para uma plateia trombuda, mas necessária ao nosso bem estar.
Amanhã, caminharei de saltos altos para o abismo, espero sair dele com vida, apesar da tolerância a rondar o zero, entre as partes.
De vez em quando, caminho na noite solitária, acompanhada de coisa alguma. Talvez por isso aqueça os pés no teu regaço.
Sei que o futuro se prepara no presente guardado a sete chaves e mais uma, para a questão. Embora cansada, vejo necessidade de sorrir e de comer tolerância ao jantar. Não são muitos os anos e as desculpas custam a pedir, mas mesmo rindo, marquei pontos na tristeza.
Ontem, vi um alguidar cheio de fruta e logo pensei na vitória dos meninos a cantar os reis para uma plateia trombuda, mas necessária ao nosso bem estar.
Amanhã, caminharei de saltos altos para o abismo, espero sair dele com vida, apesar da tolerância a rondar o zero, entre as partes.
incerteza
Talvez sejam os ponteiros do tempo que caem como pingos de água cristalina e nos leva à loucura.
Talvez seja a vontade inequívoca do eco de um beijo, molhado pela incerteza.
Talvez, não sei, mas vivemos ternuras encantadas pelo sonho livre de um momento.
Desse encantamento segue-se o vazio que nos fere o sentir.
Então, caímos no abismo em bicos de pés, saltitando de palavra em palavra, onde a saudade soterrada no nosso contentamento chega à noite, calada por um silêncio profundo.
Talvez seja a vontade inequívoca do eco de um beijo, molhado pela incerteza.
Talvez, não sei, mas vivemos ternuras encantadas pelo sonho livre de um momento.
Desse encantamento segue-se o vazio que nos fere o sentir.
Então, caímos no abismo em bicos de pés, saltitando de palavra em palavra, onde a saudade soterrada no nosso contentamento chega à noite, calada por um silêncio profundo.
Era...
Era uma vez uma mulher que corria parada no tempo.
Vestia tristezas e arfava silhuetas mal-humoradas, sempre acompanhada por uma vontade involuntária de amar.
Nas mãos viam-se facas que nem usava e era observada por palavras atentas mas desassossegadas pelo sossego da noite.
Gostava de silêncios de risos e andava de amores perdido por uns lençóis brancos à média luz plantado, onde os espelhos reflectiam imagens ousadas, de um tempo inventado .
Às vezes tilintavam sorrisos e brilhavam risos felizes, outras vezes o silêncio falava calado.
Os silêncios são sonhos acordados, dormindo no tempo.
Vestia tristezas e arfava silhuetas mal-humoradas, sempre acompanhada por uma vontade involuntária de amar.
Nas mãos viam-se facas que nem usava e era observada por palavras atentas mas desassossegadas pelo sossego da noite.
Gostava de silêncios de risos e andava de amores perdido por uns lençóis brancos à média luz plantado, onde os espelhos reflectiam imagens ousadas, de um tempo inventado .
Às vezes tilintavam sorrisos e brilhavam risos felizes, outras vezes o silêncio falava calado.
Os silêncios são sonhos acordados, dormindo no tempo.
e o frio que não passa
O frio não passa e o tempo desespera a esperança numa pessoa melhor.
Mais dia menos dia, acabam-se as gélidas mãos assanhadas ao pescoço, é o que me apetece fazer, desaparecem as impressões digitais de uma só vez.
Diz que era, mas não concordo, tem que ser pessoal e intransmissivel, mesmo que o abandono seja total, nada há a fazer.
Também digo que isso não é amor.
Um é demais no pico do calor, ainda bem que amanhã é dia de trabalho e as experiências chegam flutuando. Mas hoje, a dança não é com lobos, mas com tempo
.
O silêncio fez-me pensar nas palavras e assustou-me, embora os ouvidos nem quisessem ver, fiquei triste com a revelação digital, nem um acordo de sorrisos apareceu, que dureza.
O frio entranha-se nas palavras e estas calam-se!
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Carolina
Mais dia menos dia, acabam-se as gélidas mãos assanhadas ao pescoço, é o que me apetece fazer, desaparecem as impressões digitais de uma só vez.
Diz que era, mas não concordo, tem que ser pessoal e intransmissivel, mesmo que o abandono seja total, nada há a fazer.
Também digo que isso não é amor.
Um é demais no pico do calor, ainda bem que amanhã é dia de trabalho e as experiências chegam flutuando. Mas hoje, a dança não é com lobos, mas com tempo
.
O silêncio fez-me pensar nas palavras e assustou-me, embora os ouvidos nem quisessem ver, fiquei triste com a revelação digital, nem um acordo de sorrisos apareceu, que dureza.
O frio entranha-se nas palavras e estas calam-se!
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Carolina
encontro
Soou-me a rasteira aquele dia improvisado de homem. Vinha disfarçado de sorrisos roucos, mas a sua voz comia gestos e falava diferente do dia anterior.
Tinha as mãos esguias e os olhos acesos faziam parte de uma qualquer poesia erótica.
Chegou-me numa mensagem corrida, acesa por um cigarro mal apagado e dentro de um copo cheio de nada.
Eram mais palavras de nada o que se avizinhava.
O vizinho, esse nem se atreve a colocar os olhos fora do tempo, não vá eles serem levados. Muitas vezes deixa os estores entreabertos na escuridão da noite, como se de um cão de guarda se tratasse.
Mas não, era dificil ir ao encontro planeado a dois, embora três ou quatro fossem os números encontrados pelo homem, que se disfarça de medo.
Tinha as mãos esguias e os olhos acesos faziam parte de uma qualquer poesia erótica.
Chegou-me numa mensagem corrida, acesa por um cigarro mal apagado e dentro de um copo cheio de nada.
Eram mais palavras de nada o que se avizinhava.
O vizinho, esse nem se atreve a colocar os olhos fora do tempo, não vá eles serem levados. Muitas vezes deixa os estores entreabertos na escuridão da noite, como se de um cão de guarda se tratasse.
Mas não, era dificil ir ao encontro planeado a dois, embora três ou quatro fossem os números encontrados pelo homem, que se disfarça de medo.
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